NOTA: Não existe um prólogo para esse LIVRO. Porém este primeiro capítulo também pode ser considerado como sendo o tal.
01 - De Onde os Deuses Surgiram
- Donsergiu, filho de Balic, hoje você é marcado com o símbolo da águia, que você seja abençoado, e que o vosso Deus Agregon te proteja...
Era o dia da apresentação de Donsergiu ao Deus Agregon, a Cidade dos Anjos estava tenebrosa, choveu a manhã toda e o dia do grande sacrifício estava se aproximando...
- Duas Horas Depois -
Balieu andava na frente e sua esposa Marília vinha atrás lhe acompanhando com seu filho Donsergiu nos braços.
- Anda logo mulher. Disse ele. Balieu era um homem alto, cabelos pretos e olhos azuis, sua pele clara era uma característica marcante.
- Calma amor, a rua está deserta - Disse Marília, uma moça bela que aparentava ser dez anos mais nova que ele - Temos que chegar logo em casa, nosso filho precisa se aquecer, pois o frio está aumentando.
- Impressão sua, deixa de ser besta.
Algo interrompe... Ouviu-se um barulho na moita ao lado. Balieu e Marília estavam andando na avenida Jhon Breu, lugar muito visitado pelos espíritos de Snowcan, um antigo demônio daquela região, que havia sido derrotado há muito tempo, pelo arcanjo Sofonia, um verdadeiro guerreiro das forças angélicais do Deus Jhorá, mas conhecido pela maioria como Agregon.
Os antigos escritos afirmavam que Jhorá era filho de um Deus muito antigo, Asnastate, um Deus muito poderoso, um dos criadores do reino dos nove mundos, criador dos deuses menores, ao qual ele os chamava de filhos. Acredita-se que ouve uma batalha na zona angelical de Darks, os primeiros homens a chamavam de "O Sétimo Céu", os primeiros homens foram os primeiros seres a habitar a terra, criados pelo Deus Asnastate. Tal batalha resultou na destruição de Asnastate e seus irmãos.
Do primeiro ao sétimo céu, não restou nada senão uma espécie de poeira diferente da que conhecemos, tal poeira - causada pelo conflito entre os poderes dos deuses filhos - era capaz de destruir qualquer ser angelical. A morte dependia da força física de cada um, alguns conseguiam resistir por mais tempo; Outros morriam de imediato. O motivo do conflito se perdeu com o tempo.
Tais conhecimentos chegaram até o Reino dos Homens através do único sobrevivente do Grande Conflito, o deus menor, Jhorá. Filho do Deus Asnastate.
Quando desgastado e ferido da grande batalha, após enormes e inumeráveis explosões nos lugares celestiais, Jhorá foi arremessado para muito distante, ficando desacordado. Ao recobrar sua consciência divina, se deu conta do que havia acontecido...
Caíra num mundo antigo criado por seu pai, um dos primeiros universos criado pelo grande Deus, o mundo dos mortais. Neste mundo, aos deuses filhos era estritamente proibida a entrada, pois aquele universo oferecia enormes perigos aos deuses filhos, pois nele havia a possibilidade de existência de seres extremamente poderosos, mais até do que o próprio Deus Asnastate. Jhorá transmitiu esses conhecimentos aos seus colegas mortais, Adando e Elaiva, um dos primeiros a ter contato com os deuses, estes mortais cuidaram dele (Jhorá) após sua "queda" do sétimo céu. Eles chamavam a Jhorá de "Agregon, aquele que desceu do céu".
- O reino celestial é constituído de andares, cada andar é um mundo criado por meu pai, ao total foram criados 9 mundos, este é o primeiro deles - dizia Agregon à Adando, um mortal de cabelos logos e olhos verdes. Neste momento foram interrompidos por um enorme estrondo no céu -.
- O que foi isto? Pergunta uma jovem bela, esposa de seu amado Adando, Elaiva.
- Cale-se, não enterrompa o supremo. Repreendeu Adando.
Agregon olha para cima, e enxerga ao além da vista mortal.
- Impossível - disse o ser majestoso, que estava sentado na frente dos pequenos mortais, quando comparados com o seu enorme tamanho, seu nome era Jhorá, filho do Deus Asnastate - não posso acreditar que meu pai morreu.
Ele olha para cima, seus olhos brilham e sua expressão denota uma imensa tristeza e preocupação.
Quando um ser celestial é destruído, ele libera um certo "poder" que só podia ser percebido por outros seres celestiais ou de mesmo poderio. Agregon acaba de sentir o poder divino de seu pai ecoando e se esvaindo pelos nove mundos. Significava que Asnastate fora destruído. Porém, por mais que seja terrível, este não era o maior dos problemas:
Poucos instantes depois do ocorrido, estando ainda atônito com o percebido, Agregon ouve um grande estrondo que ecoa aos ouvidos dos seres celestes aos nove mundos criados por Asnastate. Era os berros de uma força vinda do mundo inferior, também conhecido como a base dos deuses, foi de lá que surgiu Asnastate, o primeiro ser a subir ao nada e permanecer vivo. Este mundo foi o único que sempre existiu. O mundo que não foi criado por nenhum Deus.
- O que houve meu senhor? Pergunta Adando com um olhar de preocupação.
- Quando era pequeno, meu pai me contou de um reino muito conturbado e traiçoeiro, o Reino Eterno, tal que não podia ser destruído por nenhum Deus, o lugar que sempre existiu, o reino sem nome.
- Eu não compreendo... Afirma Elaiva, com um olhar intenso e profundo. Jhorá abaixa suavemente a cabeça e com o olhar fixo para os mortais confusos, começa a falar:
- Segundo o que meu pai me disse, neste reino havia várias "espécies" de seres altamente poderosos, seres extremamente malignos e monstruosos, semelhantes às bestas feras, por outro lado, havia os seres que se alto denominavam "deuses", dado ao fato de possuírem um certo brilho em seus corpos. Havia constantes conflitos entre os deuses e os demais seres, alguns deles - os mais poderosos - não possuíam uma forma física exata, porquanto podiam se materializar na forma que assim desejassem.
- Meu senhor, sei que repreendi minha esposa, e desde já peço desculpas, pois acabo de cometer o mesmo erro dela, assim, interrompendo vós, o ser supremo, para fazer uma pergunta... - Falou Adando com uma expressão muito diferente da natural.
- Fale-me Adando, o que desejas?
"Ele está demonstrando um certo descontentamento com o caso, parece que o negócio é grave para abalá-lo desse jeito" Pensou Elaiva em relação às expressões faciais de seu deus.
Adando prossegue:
- Eu gostaria de saber qual foi o motivo do conflito, e o que ocasionou a destruição dos deuses (Pois Jhorá já havia contado aos mortais sobre a destruição dos Deuses-Pai).
- Todos os outros seres - Começou Jhorá a falar - queriam destruir os grandes deuses, para possuírem "o brilho", brilho este que dava a qualquer outro ser o poder dos deuses; o poder de criar qualquer coisa que pudessem imaginar, isso incluía outros seres com vida.
- Estou entendendo - diz Adando - esses seres malignos conseguiram matar os deuses e assim puderam criar outros seres malignos, para destruir os deuses...
- Quase isso, mas nada mais importava até agora...
Agregon se enche de fúria; a morte de seu criador o deixou abalado ao extremo. Nunca aqueles mortais haviam visto seu deus daquele jeito.
- Não consigo compreender. Fala Adando quebrando o silêncio feito por Jhorá que vestia uma vestimenta branca, coberta por uma armadura dourada, com uma espécie de cinto preto coberto por lindos diamantes em volta de sua cintura; seus cabelos castanhos tocavam suavemente seus ombros.
- Asnastate era o Deus mais poderoso entre os deuses, - disse ele - o único que conseguiu passar pelo plano superior e sobreviver ao nada...
- E o que seria esse plano superior? Interrompe Elaiva pela segunda vez.
- Não interrompa o supremo! Explode Adando com uma expressão séria.
- Calma meu amado... M-Mas... Não seja hipócrita! Você o interrompeu agora à pouco, lembra? - Retrucou Elaiva alterando o tom de sua voz.
- Cale-se! Eu sou eu droga!. Revidou Adando.
Percebendo o olhar de reprovação de seu deus. Elaiva, então, se vira para Jhorá que se esforçava para que sem querer não acabasse destruindo aqueles seres mortais irritantes e fala:
- Perdoe-me meu senhor pelo que acabou de ocorrer, prometo que não irá se repetir. É que eu fiquei um pouco curiosa...
- Fique tranquila - fala Jhorá contendo a raiva, pois ele estava muito abalado com a morte de seu "pai", e isso fazia aumentar sua fúria.
Após um tempo de eternos trinta segundos, Jhorá, já calmo, prossegue dizendo:
- Plano superior, segundo os ensinamentos que recebi de meu pai, é uma espécie de bloqueio que impede qualquer ser, seja deus ou não, de sair do reino sem nome... E quem tentasse passar, esse era consumido pela força inexplicável existente no mesmo.
- Sendo assim, como que seu pai conseguiu passar pelo bloqueio? Perguntou Elaiva num tom extremamente suave, quase que não era possível ouvir o que ela dizia, e antes que Adando falasse alguma coisa, Jhorá respondeu:
- Quando esses seres malignos, perceberam que juntos podiam destruir os deuses, ajuntaram-se e passaram a fazer ataques combinados. Não demorou muito para que os deuses percebessem a estratégia dos inimigos. E rapidamente se reuniram, e agindo de igual modo, conseguiram reprimir esses seres, mas não era suficiente, os seres que possuíram o poder dos primeiros deuses a serem mortos, haviam criados muitos outros iguais a eles, criaturas menores em questão de poder, que eram submissos aos seus criadores, capazes de juntos ferir os deuses mais poderosos, porém não se passou na mente desses seres a ideia de descobrir um jeito de passar pelo bloqueio; - Adando e Elaiva escutam atentamente - o único a pensar em tal coisa foi o Deus Guilgamés, que juntou os deuses mais poderosos em segredo, e juntos, criaram uma espécie de portal que os lavava para o mundo além do plano superior, o nada. Plano de existência vazio, onde reinava a escuridão, para o mundo acima. Com seus poderes combinados, eles conseguiram passar pelo bloqueio sem grandes danos, porém os que ficaram próximos à borda do portal, sofreram críticos níveis de danos em seus corpos, o que liberou grande níveis de poder celestial no plano superior, criando pequenas perfurações e espaços vazios no plano superior. - Adando e Elaiva continuam calados, atônitos com os fatos que seu Deus os revelara, Jhorá prossegue - Parece que a morte de meu pai, Asnastate, acaba de causar um abalo no bloqueio (plano superior), e talvez, no que existe depois, ou melhor, abaixo dele: o reino sem nome... não sei o que pode ter acontecido... Sou um Deus Filho, portanto meus poderes são limitados...
Continua...